domingo, 15 de novembro de 2015

Distrito de São Geraldo

Espaço destinado a postagens sobre o Distrito de São Geraldo, localizado no município de Caraúbas/RN.

Origem do Olho'água do Milho


O coronel Antonio da Rocha Pita, no período compreendido entre 1717 e 1722, aproveitando a decadência dos Nogueiras, ocasionada pela seca de 1717 requereu e obteve a data Olho D’água do Milho, o coronel Pita residia na Bahia era rico, e não gostava de Manoel Nogueira, o Fundador de Apodi.

Em antigos documentos, encontramos três supostos donos do Olho D’água do Milho, o Comissionário Antonio Pinto, Manoel Nogueira e Antonio Pita, capitalista e fazendeiro. Dos três apenas residia nessa capitania Manoel Nogueira.

Antonio Pinto era dos três o mais fraco, em conseqüência também de ser o mais pobre, por isso não hesitou em se dirigir ao Coronel Pita, e simulou um arrendamento do Olho D’água do Milho.

O arrendamento foi feito pelo Coronel pita, a Antonio Pinto durante nove anos, num preço de 10 mil contos de rés anuais sujeito a despesas. A fraqueza e falta de recursos para questionar o regularizar a concessão de sua data, o que não resta duvidas é que Antonio Pinto alienou o seu direito, o arrendamento do Olho D’água do Milho foi feito no dia 22 de novembro de 1722, e o Olho D’água do Milho conservou-se calmo até o ano de 1734, o procurador do Coronel Antonio da Rocha Pita nesta operação foi Francisco Soares de Andrade. No ano de 1734 uma nova concessão do Olho D’água do Milho aparece, com a data de 12 de Janeiro, desta vez era o Governador Capitão Mor João de Barros Braga, a quem era concedida a data de Olho D’água do Milho, ao seu Secretario Sargento Mor Dionísio Da Costa Soares, em virtude dessa concessão Antonio Pinto requereu e obteve posse Judiciária, que lhe foi dada pelo Coronel Teodósio Freire Amorim Juiz Ordinário e o escrivão Roberto de Sá Pereira isso em 12 de agosto de 1734.

Eis o Despacho

O escrivão da Fazenda Real, Bento Ferreira Mousinho, na petição do Sargento-Mór Dionísio Costa: ‘’Os sítios ‘’Apanha-Peixe e ‘’ Olho D’água do Milho’’ foram pedidos pelos herdeiros de Antonio da Rocha Pita, e outros muitos, em uma só data ao Sr. Conde Vice-Rei, deste Estado, e dando-se conta a sua Majestade da impropriedade desta graça, por ser concedida por governo incompetente, com excessiva taxa determinada, mandou o dito Sr. A V mcê, o observasse neste particular o disposto nas reais ordens, por cujo motivo pouca ficou dita a data de nenhum vigor, e este sitio Olho D’água se havia já muito anteriormente pedido por Antonio Pinto de Araujo em 5 de abril de 1717 e como não consta que este senhor o povoasse nem se apossasse está prescrita, por exceder muito ao qüinqüênio da lei. Vossa mercê mandará o que foi servido. Cidade, 12 de Janeiro de 1743’’.

O Conflito

‘’ Contra essa matilha de aventureiros, que continuamente investiam sobre a propriedade ‘’ Olho D’água do Milho’’, Antonio Pinto apôs a mais tenaz resistência.

Em 1734, já falecido o Cel. Antonio da Rocha Pita, os seus herdeiros intentaram ação judiciária contra Manoel Nogueira e seus irmãos e sócios João Nogueira e José Nogueira, para provarem o seu direito sobre as setes datas dos Nogueiras. Essa questão foi decidida em favor do Nogueiras contra a sentença do Juiz dos Feitos da Coroa e Casa da Suplicação em favor dos Pitas.

Os herdeiros de Antonio Pita, tento em consideração a prescrição da concessão que tinha sido feita ao seu pai e sogro da data ‘’ Olho D’água do Milho’’, requereram a mesma data que por sua vez também ficou também ficou prescrita conforme informação do escrivão Bento Ferreira Mousinho, visto não terem demarcado dentro do qüinqüênio da lei. Cinco já são os pretendentes a possuir o ‘’ Olho D’água do Milho’’. Temos de apoiar o desfecho deste embrulho. Aliás, complicadíssimo.

Antonio Pinto, descobridor e povoador; Manoel Nogueira, que julgava excluir o "Olho D’água do Milho" nas setes datas que lhe foram concedidas; Cel. Pita,que, além de se considerar possuidor de quase todas as terras dessa capitania, tinha obtido também o concessão do "Olho D’água’", os herdeiros de Antonio Pita e Sargento-mór Dionísio da Costa Soares. Antes de Antonio Pinto entrar no livre gozo de sua de sua propriedade, um outro perturbador aparece. Era o Padre Francisco Barbosa Tinoco.

A concessão do Cel. Pita caiu em comissão (sic); a de seus herdeiros também; a do Sargento-mór Dionísio Costa foi logo por ele abandonada, a de Antonio Pinto, se bem que tivesse caído em comisso, todavia ele continuava na posse das terras. Os herdeiros de Antonio Pita, depois que perderam a questão que tiveram com Manoel Nogueira e aproveitando da morte deste, intentaram ação criminal contra seus irmãos e sócios João Nogueira, José Nogueira e Gaspar de Araujo pela morte que eles praticaram. Todos três foram condenados a morte, sendo seus bens inclusive vários Sitios na Ribeira do Apodi, penhorados para pagamentos de custas, a condenação e penhoras foram em 1740.

O "Olho D’água do Milho" foi também penhorado em 21 de Fevereiro de 1741 e, ao ser posto em praça, foram arrematados por Simão da Fonseca Pinto. Em 1740. Margarida de Freitas, herdeira de Manoel Nogueira mandou tombar suas terras e nessas incluiu o "Apanha –Peixe’". A demarcação desta data partiu da casa forte, ou de Tapéra, e seguiu légua em um rumo e meia légua em outro muito diferente.

Margarida de Freitas, assim procedendo, visava cair dentro das datas terras de ‘’ Sabe-Muito’’ e ‘’ Olho D’água do Milho’’ que ainda não estavam tombadas. Efetivamente assim sucederia se Antonio Pinto não protestasse o que fez com que o piloto recuasse e se inteirasse com terras adiantes.

O juiz que presidia a demarcação era Dr. Teotônio Fernandes e o escrivão que serviu foi Bento Fernandes Mousinho. Diz Antonio Carlos que esta demarcação, bem como todas as demais a que procedeu.

Caso ele tivesse sido nula, o processo estaria no arquivo do Tribunal que anulou com respectivo acordão.

Fonte:
Cristiano Gurgel

sábado, 3 de outubro de 2015

Um caraubense no comando do Governo do Estado


FRANCISCO GURGEL DE OLIVEIRA, também conhecido como "Coronel Gurgel", nasceu em Caraúbas no dia 07 de setembro de 1848, era filho do Tenente-Coronel da Guarda Nacional, Antônio Francisco de Oliveira, e de Quitéria Ferreira de São Luís. Gurgel Foi Presidente da Intendência Municipal de Mossoró(atual cargo de Prefeito Municipal) no quatriênio 1877-1880. Foi  Deputado Federal pelo RN,  representando  a cidade de Caraúbas e seu Estado, na Câmara dos Deputados Federais no Brasil, no ano de 1894, e reeleito para o período de 1897-1899. 

Foi também  Comandante da Guarda Nacional da cidade de Mossoró, por ato de nomeação do Imperador, Esse ilustre caraubense foi também por um curto espaço de tempo, Governador do Estado do Rio Grande do Norte no período de 06 de agosto de 1891 a 09 de setembro de 1891. Portanto o município de Caraúbas também teve um "filho da terra" no comando do Executivo Estadual do RN.
Francisco Gurgel, faleceu em Mossoró, a 07 de janeiro de 1910. 

Fonte de consulta: Vide in live Legislativo e Executivo de Mossoró - Uma viagem mais que centenária - Raimundo Soares de Brito. Coleção Mossoroense, Vol. CCLXXXVII, 1985.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Criação da Freguesia Eclesiástica de Caraúbas

01 de setembro de 1858

Através da Lei Provincial nº 408 é criada a Freguesia eclesiástica de Caraúbas, desmembrando da de Apody e determinando os seus respectivos limites. 
Somente seis meses depois, a 6 de março de 1859, foi a paróquia solenemente instalada, sendo o seu primeiro vigário o Pe. Florêncio Gomes de Oliveira, que regeu os destinos da paróquia até 1861. 

Fonte: Dantas e Notas para a História de Apody - Marcos Pinto 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O rei da sanfona caraubense - Teófilo Matheus

Com certeza
Se a sanfona pudesse neste momento falar
chegaria pra caçula e dizia:
meu rei, você vai me fazer chorar ?
Como é que eu vou transmitir a alegria
sem estar presente a sua mão ?
Existe mais alguém no mundo meu doutor,
que leve a sanfona no coração?
- Caraúbas, forró e festa junina,
ainda disse a sanfona decepcionada
o que serão deles agora?
Sem a sua bendita marca
a sanfona fechou os olhos vermelhos
e viu caçula partindo,
olhou triste para céu e disse :
Infelizmente, não posso lutar contra o destino
Houve um tremido nos outros instrumentos
o triângulo começou a se esforçar
Batuque fuçou e o pandeiro uivou
e o microfone como em passe de mágica
Gritou :
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou...

Teófilo Matheus Pinheiro Fernandes - poeta caraubense

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Grupo de defensores de Caraúbas ao ataque de Antônio Silvino

Grupo de defensores de Caraúbas ao ataque de Antônio Silvino



Francisco de Souza, Nilo de Góis, Francisco Amâncio, Elizeu Noronha, Francisco Brasilino, João Cisneiros de Góis, Firmino Gurgel, Osório Pinto, Abel Fernandes, Pedro Oliveira, Manoel Rosa, Mariano Soares, João Neiva, Samuel Mário, Nestor Fernandes, Vital Fernandes, Bento Sobrinho, Bertoldo Soares, Josué de Oliveira, Valério de Freitas, João Câmara, Manoel Darico, Elísio Fernandes, Pedro Fernandes, Joaquim Amâncio, Deodoro Gurgel, Lino Ademar, Manoel Teopompo Fernandes, Jacob Gurgel, Luiz de Oliveira, Joaquim Gurgel, Nestor de Oliveira, Dr. Alfredo Celso, Cícero Fernandes, Raimundo Costa, Manoel Arruda, José Dantas e Matias Fernandes.

(*) Raibrito. Membro da SBEC.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Valdetário Carneiro - A essência da bala

Dos Jornalistas Rafael Barbosa e Paulo Nascimento, da cidade de Natal RN. "Valdetário, a essência da bala", é um livro que prende a atenção. das primeiras palavras até o ponto final. Trata da vida de um dos mais temidos assaltantes que já irromperam no Rio Grande do Norte. Valdetário tornou-se uma lenda, tal a ousadia de suas ações. Ser implacável era o seu método, agir sem temor sua grife."


Nesta pagina fazendo um resumo da História do caraubense Valdetário, que chegou a ser comparado no programa linha direta da Rede Globo ao Lampião da era moderna. Despertar a curiosidade de quem não conhece sua trajetória igual a de alguns brasileiros revoltado com as injustiças e teve a coragem de desafiar esta estrutura corrupta e como acontece com todos é rotulado de Bandido e depois executado pelo Estado num pais que se vangloria de não ter pena de morte.


Será uma longa história em que alguns episodio de um Tio de Valdetário conhecido pelo nome de Antonino Carneiro, eu conheci assim como lembro do menino mais novo do que eu 5 anos o Valdetário que gostava de interpretar nos desfile de 7 de setembro O Tiradentes. São personagem e cenário da vida real.


A cena não é diferente no Oeste Potiguar do que se vê em grande parte de resto do interior nordestino. O sol castiga o sertão como em tantos dias do ano. E quando se aproxima o meio dia o calor é evidente. A senhora sai de sua casa, na beira do asfalto e começa a caminhar em direção a Caraúbas. No mesmo sentido vem vindo o homem em sua camionete que freia e pergunta, tá indo pra onde minha Tia? Respondeu a senhora, Caraúbas. A mulher agradece a gentiliza e comenta, morro de medo de andar por aqui, por conta do tal Valdetário. Tenho muito medo dele - relata. Qual a razão disso? - ele questionou, intrigado. Na visão da mulher ele era um bandido perigoso que trucidava quem encontrasse pela frente. A viagem acaba já dentro da cidade e ele pega do bolso da camisa um maço de dinheiro e sem contar dar para a senhora e diz. Não tenha medo de Valdetário, não. Que esse homem sou eu e não foço nada do que já contaram para a senhora.


 
Caraúbas no Oeste do Rio Grande do Norte. Foto: Assis Oliveira

"Seu método, agir sem temor sua grife."

 
Natal capital do Estado do Rio Grande do Norte.

Jornalistas: Rafael Barbosa e Paulo Nascimento, residem na capital do Estado.







 
É nesta terra castigada pela seca no oeste do Rio Grande do Norte, Caraúbas a cidade de homens mais destemidos.

 
Essa história, como tantas outras que têm este homem como protagonista, é conhecida por muita gente da região Oeste. Pode ate ser mentira, que é debitada na conta da lenda de Valdetário.

No dia 7 de março de 1959 nasce um menino, que é batizado José Valdetário Benevides. Val, como passaria a ser tratado pelos amigos mais próximos e também pela família.

 

A Saga da família Carneiro começa com Antonino Carneiro, um cidadão de bem e muito respeitado devido o seu destemor de não deixar nada para depois. Tem muitas historia dele contada pelo povo, em que diziam que ainda não tinha nascido um Policial que tivesse a petulância de desarmá-lo, em termos é verdade. E talvez tenha tudo começado dai, pois Caraúbas era famosa em colocar Sargentos da PM para correr de lá. Eu afirmo isto porque na época eu era criança e ouvia muito estas estorias de homens poderosos a policia não desarmava, só os pobres dos Zé Maner, e quando algum Sargento desavisado tentava ou corria ou morria. Pela falta de extrutura do Estado e devido ao seu respeito e temor que todos tinha dele ele se tornou uma especia de Juiz seria o caso, pois dizem que ele resolvia as questões entra as pessoas, principalmente rapazes que na nossa linguagem ofendia a moça e não queria casar, ele conversava com o sujeito e convencia a ele reparar o que fez se casando.

 
Este é o senário da tragedia anunciada, que poderia ter sido evitada, mais não foi e tudo se consumou no pior. É o que se pode dizer um dia de cão, um dos piores dias para quem residia em Caraúbas. Eu vivi este momento e confesso não foi nada agradável a cidade mergulhou num clima de tenção nunca visto.
 

Sargento Aderson, campeão de tiro da Policia Militar do Rio Grande do Norte e pelo que eu escutava foi enviado para Caraúbas com um proposito. Desmoralizar o homem mais temido da cidade, Antinino Carneiro. Tio de Valdetário Carneiro, Antonino foi um desses homens com valores que o tempo faz desaparecer. Apesar de ser apenas comerciante, sem muitas posses, chegou a ser vereador de Caraúbas duas vezes, entre 1958 e l966 - o prédio onde está a sede da Câmara Municipal foi dado o seu nome em sua homenagem. Era ele que resolvia os problemas de todos que o procurava na cidade. E resolvia do seu jeito. Forte, alto, teimoso e cheio de coragem, conseguia impor respeito. Em 1958, ano de uma das secas da história do Nordeste brasileiro. Eu nos meus 4 anos de vida residindo na Fazenda Independência lembro do meu pai trazendo macambira para a comida dele e minha mãe, quem me safava era o leita das cabras. Com os três açudes; São Vicente, Saboia e o Grande seco, o único local para os moradores de Caraúbas era o Olho D'áqua do Milho para pegar água. O dono do local terminou fechando a entrada da fonte. A população resolveu pedir socorro a Antonino. Ele foi ao local, arrancou a porteira e a levou no seu caminhão. As ações lhe renderam prestígio e amigos. O ex-Governador Aluízio Alves tinha a casa de Antonino como porto seguro em Caraúbas, sempre o visitava. Um outro amigo de peso foi o Coronel Bento Manoel de Medeiros, o ex-Deputado Estadual Vingt Rosado, da clã politica da cidade de Mossoró. Mais ao mesmo tempo se multiplicava os inimigos. Um pistoleiro chegou a pegar carona com ele e desistiu de mata-lo ao ver o arsenal com o seu ajudante. Infelizmente a maior desgraça humana são as intrigas e os Lideres não escapam desta armadilha, a história começou em 1966. 

Chega em Caraúbas, designado como o novo delegado da cidade, o sargento Aderson Adriano Pires, da Policia Militar. A principio os dois tinham um bom relacionamento, ate que um dia como diz a insustentável leveza do ser, por uma bobagem, orgulho besta que todos temos veio a tona com toda sua força. Os dois se tornaram inimigos mortais, e alimentado pelas fofocas é um estopim para a desgraça. Valendo-se da condição politica de seu parentesco com o Governador Monsenhor Walfredo Gurgel, seu aliado a primo em primeiro grau de sua mulher. Solicitou a transferência do Sargento Aderson. Pedido negado, coisas da política, se a missão do Sargento era esta, ele previu o fim da história: 

-- Um dos dois vai morrer, Monsenhor. (Antonino Carneiro)



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