quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Zimar Fernandes


RAIMUNDO AMORIM FERNANDES, conhecido por "Zimar Fernandes", nasceu na Fazenda Equador, município de Caraúbas/RN, no dia 31 de agosto de 1940. De uma família de 9 irmãos, era filho de Aparício Carlos Fernandes e de Francisca das Chagas Gurgel de Amorim.

Cursou a escola primário na Escola Estadual Antônio Carlos, de Caraúbas, porém, desde muito jovem, com a morte de seu pai, ocorrida em 1958, passou na condição de chefe da família, a administrar a Fazenda Equador, por isso dedicou-se a agropecuária.

Casou-se eclesiasticamente com Maria Idezite Fernandes  no dia 29 de junho de 1963, tendo resultado como fruto desta união, cinco filhos, a saber: Jorge Ivan de Amorim Fernandes, Maria de Fátima Amorim Fernandes,  José Fernandes de Amorim, Raimundo Amorim Fernandes Junior e Rita de Cássia Amorim Fernandes.

No ano de 1976, já como filiado ao MDB(Movimento Democrático Brasileiro), juntamente com Ozael Fernandes Soares, na qualidade de candidato a vice-prefeito, disputou as eleições daquele ano, quando se sagraram vitoriosos na eleição de 15 de novembro de 1976.

Nas eleições de 1982, depois de juntamente com um grupo de correligionários organizar o PMDB(Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ex-MDB) no município, candidatou-se ao cargo de Prefeito,  tendo como companheiro de chapa a vice-prefeito, o comerciante Antônio Linhares Filho. Foram eleitos no pleito que se realizou em 15 de novembro de 1982, com 34 votos de maioria. Zimar foi o primeiro prefeito eleito pelo PMDB em Caraúbas, que ficou conhecida como "terra de bacurau".

Zimar tomou posse em 31 de março de 1983 e cumpriu seu mandato até 31 de dezembro de 1988. Durante seu governo foram realizadas diversas obras, dentre as quais destacam-se: A ponte que liga o Centro ao Alto São Severino; construção do Hospital Regional, do Terminal Rodoviário e da Delegacia Civil de Polícia em parceria com o Governo do Estado; reconstrução do açougue público municipal e da praça Reinaldo Pimenta; construção do mercado público do Distrito de São Geraldo; construção do cemitério e mercado público na comunidade de Miranda; eletrificação rural nos sítios Miranda, Apanha-Peixe e Cachoeira; construção da Biblioteca Municipal Jonas Gurgel; construção de mais de 100 casas populares, doadas a população de baixa renda; construção de escolas rurais nos seguintes sítios: Sítio Galho do Angico, Baixa Fechada, Fortuna, Baixa Grande; eletrificação dos bairros: Dr. Sebastião Maltez Fernandes, Alto de São Severino e Leandro Bezerra. Implantou o ensino ginasial(da 5ª a 8ª série) nas comunidades de Cachoeira, Miranda, São Geraldo, Abderramant e Apanha Peixe. Foi um dos prefeitos que até hoje mais realizou calçamentos na cidade, calçando diversas ruas nos Bairros Sebastião Maltez, Leandro Bezerra e Centro.

Durante o período em que esteve a frente da Prefeitura, Zimar Fernandes realizou diversas outras obras que contribuíram para o desenvolvimento do município de Caraúbas. Ficou conhecido  pelos mais humildes como o "pai da pobreza", sendo um verdadeiro homem de palavra.

Nas eleições municipais de 1988, conseguiu fazer de Dr. Marinaldo de Holanda, seu sucessor no cargo. Nas eleições de 1992, ajudou na campanha de seu filho José Fernandes, que se elegeu vereador de Caraúbas.

Zimar Fernandes faleceu na cidade de Mossoró/RN, aos 52 anos de idade, no dia 25 de fevereiro de 1993.

Fonte: Dados enviados por Junior Amorim, filho do ex-prefeito Zimar Fernandes. 

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Caraúbas - Portal Fatos do RN

"Para Vice-Prefeito, Silvério Marinho"

Ano 1976. 

No pleito municipal de 15 de novembro de 1976, o sr. Silvério Marinho da Mota(fundador do Distrito de São Geraldo), foi candidato a vice-prefeito do município de Caraúbas, pela antiga ARENA(Aliança Renovadora Nacional) na chapa encabeçada por Guido Gurgel. Infelizmente a chapa "Guido/Silvério não foi eleita. 

Sem dúvida, se o comerciante Silvério Marinho tivesse sido eleito vice-prefeito de Caraúbas, teria dado uma enorme contribuição a cidade de Caraúbas, como também a sua terra natal, a vila de São Geraldo.  Mas mesmo sem ter sido vice-prefeito de Caraúbas, Mas, Silvério Marinho chegou inclusive a ser eleito vereador de Caraúbas, contribuindo e muito para a sua terra. 

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Caraúbas - Portal Fatos do RN. 

Um caraubense na Guerra de Canudos

Ao entardecer do dia 05 de outubro de 1897 ocorria o desfecho da famosa Guerra de Canudos. Cem anos da inglória luta, em que verdadeiros atos de barbárie foram praticados sob os auspícios da impunidade. O tempo sobre as cinzas, as cinzas sobre o tempo, demarcando a existência de cem anos de solidão. 

É indiscutível poder afirmar que foi a maior guerra em solo brasileiro, sobre o qual brasileiros matam brasileiros, em exacerbada insânia do patriotismo. Analisando-se minuciosamente todos os atos que fizeram história, verifica-se que os seus principais protagonistas eram pessoas dotadas de invulgar carisma. 

Num sertão desassistido pelo governo, entregue à própria sorte, só restava aos seus esquálidos e famintos habitantes o apego aos mistérios da fé. Eis que surgiu o carismático Antônio Conselheiro, trajando inconfundível vestimenta, representada por um camisolão azul, sem presilha na cintura. nas mãos levava um cajado, como os profetas, os santos, os guiadores de gente, os escolhidos, os que sabem o caminho do céu. 

Dentre as 15.000 pessoas que morreram em combate, destaca-se um caraubense, de tradicional linhagem, o alferes João Mafaldo de Oliveira Praxedes. Terceiro filho do segundo consórcio do Cel. Vicente Praxedes Benevides Pimenta, nasceu em 26.01.1864, na residência de seus pais, em Martins –RN. 

Verificou praça em Natal, no 34º Batalhão de Infantaria, no posto de Cadete, em virtude da alta patente que seu pai exercia na Guarda Nacional durante o regime monárquico, onde serviu durante anos em completa paz naquela guarnição, sendo estimado por seus superiores e admirado por seus subalternos, dada sua correção, nobreza, sinceridade de caráter e bondade de coração. 

Eclodindo a revolução no Rio Grande do Sul, foi transferido para o 27º Batalhão de Infantaria, que servia naquele Estado, e, como tal, teve de seguir para incorporar-se às forças que ali se achavam em operações de guerra. Pela performance com que se conduziu nessa campanha, e pela honradez com que se portou no ofício de militar, foi elevado por atos de bravura para o posto de Alferes, tendo por tal forma captado a confiança e a estima dos seus superiores hierárquicos. 

Por tais atributos, mesmo depois da pacificação, continuou naquela guarnição, não tendo que voltar a incorporar-se ao seu batalhão – o 3º de Infantaria em Natal. 

Quando, mais tarde, rebentou a Guerra de Canudos, João Mafaldo já pertencia à guarnição do 30º Batalhão de Infantaria, o que o fez bater-se, mais uma vez, pela pátria e pela República, em defesa dos quais faleceu no memorável  combate do dia 18 de julho de 1897. Fazia parte da quarta e última expedição ao arraial de Canudos, comandada pelo general Artur Oscar de Andrade Guimarães. 

No dia em que morreu João Mafaldo, o jornal “O País”, do Rio de Janeiro – um dos principais da então capital federal –, publicou, numa referência a Antônio Conselheiro, em que se lia: 
“O Monstro, ao longe, nas profundezas do sertão misterioso, escancara as guelras, insaciáveis, pedindo mais gente, mais pasto de corações republicanos, um farnel mais opulento de heróis...”

João Mafaldo compunha a força avassaladora de 5.000 homens, reunidos para vencer os sertanejos de Canudos. Depois de um mês de combate, dos 5.000 soldados, 900 estavam fora da luta, mortos ou feridos. Por conta própria, e ao risco de cair nas numerosas armadilhas dos sertanejos – como de fato muitos caíram, os soldados organizavam grupos para caçar bodes ou o que houvesse para comer. 

Há duas faces da história de Canudos: de um lado a paixão patriótica dominada pela insânia, em que soldados praticavam a degola, levando homens de braços atados para trás, como criminosos..., indefesos, para a seguir levantar-lhes pelo nariz a cabeça, como se fora a de uma ave, e cortar-lhes o pescoço, deixando cair a cabeça sobre o solo, como se fora um ato nobilitante. Por outro lado, o irredentismo dos “fanáticos” sertanejos, beatos feito jagunços, travados na defesa do quase indevassável reduto da fé, amalgada pelo perturbador da história do Brasil. 

Diante da realidade do Brasil – de Canudos, de cem anos atrás e do Brasil de hoje, resta-nos uma certeza: a de que continua a existir dois Brasis – o dos pobres(nordeste brasileiro) e o dos ricos (estados do norte e sul) pelo menos até provar o contrário. 

Por Marcos Pinto – historiador e advogado

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