domingo, 23 de dezembro de 2018

As bravuras de Seu Quincas Saldanha - Ilton Gurgel


I
Um velho bem respeitado
Que viveu nesse lugar
Tem uma história séria
Agora vou relatar
Por isso que o leitor
Por favor queira escutar.

II
Caraúbas o lugar
Tinha um velho valente
Chamado Quinca Saldanha
Homem sério e potente
Que sem medo de ninguém
Era muito consciente.

III
Seu Quinca era valente
E tinha muito dinheiro
Possuía objetos
Era grande fazendeiro
Grande rebanho de gado
Animal, porco e carneiro.

IV
Esse nobre fazendeiro
Respeitado e valentão
Ficou muito conhecido
Por toda população
As bravuras recordadas
Pela nossa geração

V
Em certa ocasião
Por lá passa um sujeito
Deixou a cancela aberta
Achava está direito
Seu Quinca por sua vez
Mostrou que tinha respeito.

VI
Chamou logo o sujeito
E a ele ordenou
A passar o dia todo
No que nunca imaginou
Cancela fechar abrir
Assim ele obrigou.

VII
O homem então passou
O tempo todo assim
Debaixo de um sol quente
Achando muito ruim
Pois se ele não cumprisse
Podia ser o seu fim.

VIII
E o homem que assim
Ficou o resto do dia
Para ser observado
Estava lá um vigia
Se acaso ele parasse
De chibata apanharia.

IX
Quando foi um certo dia
Quinca mandou o recado
Ao valente Lampião
Cangaceiro afamado
Pra não vir em Caraúbas
Temeu ver o resultado.

X
Deu Quinca bem respeitado
Com arma e munição
Com cabra bom de gatilho
Todos de arma na mão
Esperava a chegada
Do famoso Lampião.

XI
Temendo a reação
E com medo de morrer
Graças a Quinca Saldanha
Caraúbas pôde ver
Lampião e o cangaço
Na estrada a correr.

XII
Muito mais para dizer
Pois o tempo é corrido
Sobre Seu Qunica Saldanha
Foi um velho conhecido
Morreu na Fazenda Alto
Com todo acontecido.

Ilton Gurgel  - poeta caraubense. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Zimar Fernandes


RAIMUNDO AMORIM FERNANDES, conhecido por "Zimar Fernandes", nasceu na Fazenda Equador, município de Caraúbas/RN, no dia 31 de agosto de 1940. De uma família de 9 irmãos, era filho de Aparício Carlos Fernandes e de Francisca das Chagas Gurgel de Amorim.

Cursou a escola primário na Escola Estadual Antônio Carlos, de Caraúbas, porém, desde muito jovem, com a morte de seu pai, ocorrida em 1958, passou na condição de chefe da família, a administrar a Fazenda Equador, por isso dedicou-se a agropecuária.

Casou-se eclesiasticamente com Maria Idezite Fernandes  no dia 29 de junho de 1963, tendo resultado como fruto desta união, cinco filhos, a saber: Jorge Ivan de Amorim Fernandes, Maria de Fátima Amorim Fernandes,  José Fernandes de Amorim, Raimundo Amorim Fernandes Junior e Rita de Cássia Amorim Fernandes.

No ano de 1976, já como filiado ao MDB(Movimento Democrático Brasileiro), juntamente com Ozael Fernandes Soares, na qualidade de candidato a vice-prefeito, disputou as eleições daquele ano, quando se sagraram vitoriosos na eleição de 15 de novembro de 1976.

Nas eleições de 1982, depois de juntamente com um grupo de correligionários organizar o PMDB(Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ex-MDB) no município, candidatou-se ao cargo de Prefeito,  tendo como companheiro de chapa a vice-prefeito, o comerciante Antônio Linhares Filho. Foram eleitos no pleito que se realizou em 15 de novembro de 1982, com 34 votos de maioria. Zimar foi o primeiro prefeito eleito pelo PMDB em Caraúbas, que ficou conhecida como "terra de bacurau".

Zimar tomou posse em 31 de março de 1983 e cumpriu seu mandato até 31 de dezembro de 1988. Durante seu governo foram realizadas diversas obras, dentre as quais destacam-se: A ponte que liga o Centro ao Alto São Severino; construção do Hospital Regional, do Terminal Rodoviário e da Delegacia Civil de Polícia em parceria com o Governo do Estado; reconstrução do açougue público municipal e da praça Reinaldo Pimenta; construção do mercado público do Distrito de São Geraldo; construção do cemitério e mercado público na comunidade de Miranda; eletrificação rural nos sítios Miranda, Apanha-Peixe e Cachoeira; construção da Biblioteca Municipal Jonas Gurgel; construção de mais de 100 casas populares, doadas a população de baixa renda; construção de escolas rurais nos seguintes sítios: Sítio Galho do Angico, Baixa Fechada, Fortuna, Baixa Grande; eletrificação dos bairros: Dr. Sebastião Maltez Fernandes, Alto de São Severino e Leandro Bezerra. Implantou o ensino ginasial(da 5ª a 8ª série) nas comunidades de Cachoeira, Miranda, São Geraldo, Abderramant e Apanha Peixe. Foi um dos prefeitos que até hoje mais realizou calçamentos na cidade, calçando diversas ruas nos Bairros Sebastião Maltez, Leandro Bezerra e Centro.

Durante o período em que esteve a frente da Prefeitura, Zimar Fernandes realizou diversas outras obras que contribuíram para o desenvolvimento do município de Caraúbas. Ficou conhecido  pelos mais humildes como o "pai da pobreza", sendo um verdadeiro homem de palavra.

Nas eleições municipais de 1988, conseguiu fazer de Dr. Marinaldo de Holanda, seu sucessor no cargo. Nas eleições de 1992, ajudou na campanha de seu filho José Fernandes, que se elegeu vereador de Caraúbas.

Zimar Fernandes faleceu na cidade de Mossoró/RN, aos 52 anos de idade, no dia 25 de fevereiro de 1993.

Fonte: Dados enviados por Junior Amorim, filho do ex-prefeito Zimar Fernandes. 

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Caraúbas - Portal Fatos do RN

"Para Vice-Prefeito, Silvério Marinho"

Ano 1976. 

No pleito municipal de 15 de novembro de 1976, o sr. Silvério Marinho da Mota(fundador do Distrito de São Geraldo), foi candidato a vice-prefeito do município de Caraúbas, pela antiga ARENA(Aliança Renovadora Nacional) na chapa encabeçada por Guido Gurgel. Infelizmente a chapa "Guido/Silvério não foi eleita. 

Sem dúvida, se o comerciante Silvério Marinho tivesse sido eleito vice-prefeito de Caraúbas, teria dado uma enorme contribuição a cidade de Caraúbas, como também a sua terra natal, a vila de São Geraldo.  Mas mesmo sem ter sido vice-prefeito de Caraúbas, Mas, Silvério Marinho chegou inclusive a ser eleito vereador de Caraúbas, contribuindo e muito para a sua terra. 

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Caraúbas - Portal Fatos do RN. 

Um caraubense na Guerra de Canudos

Ao entardecer do dia 05 de outubro de 1897 ocorria o desfecho da famosa Guerra de Canudos. Cem anos da inglória luta, em que verdadeiros atos de barbárie foram praticados sob os auspícios da impunidade. O tempo sobre as cinzas, as cinzas sobre o tempo, demarcando a existência de cem anos de solidão. 

É indiscutível poder afirmar que foi a maior guerra em solo brasileiro, sobre o qual brasileiros matam brasileiros, em exacerbada insânia do patriotismo. Analisando-se minuciosamente todos os atos que fizeram história, verifica-se que os seus principais protagonistas eram pessoas dotadas de invulgar carisma. 

Num sertão desassistido pelo governo, entregue à própria sorte, só restava aos seus esquálidos e famintos habitantes o apego aos mistérios da fé. Eis que surgiu o carismático Antônio Conselheiro, trajando inconfundível vestimenta, representada por um camisolão azul, sem presilha na cintura. nas mãos levava um cajado, como os profetas, os santos, os guiadores de gente, os escolhidos, os que sabem o caminho do céu. 

Dentre as 15.000 pessoas que morreram em combate, destaca-se um caraubense, de tradicional linhagem, o alferes João Mafaldo de Oliveira Praxedes. Terceiro filho do segundo consórcio do Cel. Vicente Praxedes Benevides Pimenta, nasceu em 26.01.1864, na residência de seus pais, em Martins –RN. 

Verificou praça em Natal, no 34º Batalhão de Infantaria, no posto de Cadete, em virtude da alta patente que seu pai exercia na Guarda Nacional durante o regime monárquico, onde serviu durante anos em completa paz naquela guarnição, sendo estimado por seus superiores e admirado por seus subalternos, dada sua correção, nobreza, sinceridade de caráter e bondade de coração. 

Eclodindo a revolução no Rio Grande do Sul, foi transferido para o 27º Batalhão de Infantaria, que servia naquele Estado, e, como tal, teve de seguir para incorporar-se às forças que ali se achavam em operações de guerra. Pela performance com que se conduziu nessa campanha, e pela honradez com que se portou no ofício de militar, foi elevado por atos de bravura para o posto de Alferes, tendo por tal forma captado a confiança e a estima dos seus superiores hierárquicos. 

Por tais atributos, mesmo depois da pacificação, continuou naquela guarnição, não tendo que voltar a incorporar-se ao seu batalhão – o 3º de Infantaria em Natal. 

Quando, mais tarde, rebentou a Guerra de Canudos, João Mafaldo já pertencia à guarnição do 30º Batalhão de Infantaria, o que o fez bater-se, mais uma vez, pela pátria e pela República, em defesa dos quais faleceu no memorável  combate do dia 18 de julho de 1897. Fazia parte da quarta e última expedição ao arraial de Canudos, comandada pelo general Artur Oscar de Andrade Guimarães. 

No dia em que morreu João Mafaldo, o jornal “O País”, do Rio de Janeiro – um dos principais da então capital federal –, publicou, numa referência a Antônio Conselheiro, em que se lia: 
“O Monstro, ao longe, nas profundezas do sertão misterioso, escancara as guelras, insaciáveis, pedindo mais gente, mais pasto de corações republicanos, um farnel mais opulento de heróis...”

João Mafaldo compunha a força avassaladora de 5.000 homens, reunidos para vencer os sertanejos de Canudos. Depois de um mês de combate, dos 5.000 soldados, 900 estavam fora da luta, mortos ou feridos. Por conta própria, e ao risco de cair nas numerosas armadilhas dos sertanejos – como de fato muitos caíram, os soldados organizavam grupos para caçar bodes ou o que houvesse para comer. 

Há duas faces da história de Canudos: de um lado a paixão patriótica dominada pela insânia, em que soldados praticavam a degola, levando homens de braços atados para trás, como criminosos..., indefesos, para a seguir levantar-lhes pelo nariz a cabeça, como se fora a de uma ave, e cortar-lhes o pescoço, deixando cair a cabeça sobre o solo, como se fora um ato nobilitante. Por outro lado, o irredentismo dos “fanáticos” sertanejos, beatos feito jagunços, travados na defesa do quase indevassável reduto da fé, amalgada pelo perturbador da história do Brasil. 

Diante da realidade do Brasil – de Canudos, de cem anos atrás e do Brasil de hoje, resta-nos uma certeza: a de que continua a existir dois Brasis – o dos pobres(nordeste brasileiro) e o dos ricos (estados do norte e sul) pelo menos até provar o contrário. 

Por Marcos Pinto – historiador e advogado

domingo, 21 de outubro de 2018

A origem do Sítio Sabe-Muito

*Por Geraldo Fernandes - Historiador/Pesquisador 


Diz os pesquisadores, que Caraúbas ainda não existia, mais a fazenda sabe - muito já se encontrava em franca prosperidade. As suas origens datam dos fins do século XVII, quando vieram para o Brasil, os três portugueses, Fernandes Pimenta - Oriundos da vila de Faral, província do douro. E que foram a nascente da grande família e com este sobre nome se espalha pelo nordeste.

O MOTIVO DO NOME SABE-MUITO

Refere-se as narrativas dos antigos moradores da região, que Antonio Pinto Coutinho, comissionario Português, residente em Pernambuco, foi o concessionário da data de terra ‘’ Olho d’Água do milho”, onde fica encravado a fazenda Sabe - Muito. Coutinho tinha em sua fazenda um agregado , que os pesquisadores,acham ser um índio domesticado da tribo dos ‘’Payacus’’, residente nas imediações, com a sua taba, no lugar apanha-peixe, à seis quilômetros de distancia de sua fazenda, em visitas ás suas terras, Coutinho chegou ao ‘’ Olho d’Água do milho”, onde descansava, de onde dista uns cinco quilômetros para o Sabe - Muito, que até então despovoado e não tinha nome, de repente chega um caboclo a procura de seu patrão para contar as novidades, que tinha descoberto um ‘’ Olho d’Água” ao pé de um serrote no meio daquela mata virgem, Coutinho já dono do ‘’ Olho d’Água do milho” achou a noticia muito boa mais não quis da crédito a informação de seu criado, daí o seu criado convidou Coutinho para ir em sua companhia e ver a fonte ¬– convite aceito por Coutinho, depois de andar muito tempo dentro do matagal, Coutinho meio desconfiado perguntou “ você sabe mesmo onde fica esse Olho d’Água?’’. O caboclo olhou para o seu patrão e respondeu eu sabe - muito. Coutinho como português conhecia um pouco da sua linguagem e achou graça daquela frase e daquele dia em diante deu ao lugar o nome sabe - muito.

OS PRIMEIROS POVOADORES

A revista do instituto histórico e geográfico do Rio Grande do norte, correspondente dos anos de 1930-1931 nas paginas 115-116, conta que três portugueses imigraram de Faral, um deles era Antonio Fernandes Pimenta que se situou no lugar ‘’Riacho do pimenta’’ em homenagem ao seu nome, em território do atual município de Campo Grande, um dos filho de Antonio era José Fernandes pimenta. Antonio Pinto faleceu e sua filha Maria de Souza Coutinho herdou as ditas terras que compreendia o sitio sabe - muito no ano de 1775. José Fernandes pimenta comprou essas terras e nelas se fixou com a sua família, José era casado com Josefa Maria da Conceição, teve 14 filhos e daí partiram o povoamento da região de sabe - muito. Em virtude da tremenda seca de 1791 á 1793, José Fernandes Pimenta retirou-se com a sua esposa para o município de Ares na Paraíba, e lá ambos faleceram, com a morte de José ficou no sabe - muito o seu filho capitão Antonio Fernandes pimenta, este casou-se com Francisca romana do sacramento, filha do velho patriarca Manoel Carneiro de Freitas.

A ESCRAVATURA NO SABE-MUITO

Antes da lei áurea de 13 de maio de 1888 que extinguiu a escravidão no Brasil, Caraúbas já havia concedido a libertação de seus elementos servil no dia 30 de março de 1887, sendo o 3 município do estado que deu esta prova de humanidade e civilização. Mais antes de Caraúbas aboli a escravidão em seu território, na fazenda sabe - muito os negros já gozava de liberdade que não precisou ser alterada pela nova ordem do poder publico.

Fontes pesquisadas: Caraúbas Centenaria e Instituto Geográfico do Rio Grande do Norte.
Matéria publicada no Blog Rede News 360


Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Caraúbas - Portal Fatos do RN

Benedito Veras Saldanha

BENEDITO VERAS SALDANHA (Beni Saldanha) do livro RUAS E PATRONOS DE MOSSORÓ - VOLUME O1 - Pág. 93.  

RUA BENI SALDANHA: "Homenagem a BENEDITO VERAS SALDANHA, fazendeiro nos municípios de Augusto Severo (atual Campo Grande) e Caraúbas. Era filho do Coronel Quincas Saldanha (Joaquim da Silva Saldanha, que também se assinava como Joaquim Dantas Saldanha) e Joaquina Saldanha Veras (Dona Sinhá). Também foi comerciante em Caraúbas e Mossoró, por alguns tempos. Nasceu em Brejo do Cruz-PB. a 05 de Outubro de 1898 e faleceu em Mossoró no dia 17 de Dezembro de 1961, assim registrado pela imprensa: "Com a idade de 63 anos, faleceu à tarde do dia 17, em sua residência, nesta cidade, o Sr. BENEDITO VERA SALDANHA, grande fazendeiro e criador, com propriedades em Caraúbas e Augusto Severo. (...) Era casado com a Sra. Helena Veras Saldanha, que lhe sobrevive, tendo deixado os seguintes filhos: Newton,Antonio,Sebastião Joaquim, Maria do Socorro,Maria Auxiliadora e Francisca. 

(Pág. 93 do livro citado).

Enviado por Marcos Pinto

*Francisco Veríssimo - Blog Fatos de Caraúbas-Portal Fatos do RN

domingo, 15 de julho de 2018

FATOS DE CARAÚBAS

Seja bem vindos ao blog "Fatos de Caraúbas", espaço destinado ao resgate da história e memória do povo caraubense Esperamos contar com a sua colaboração.
Abraço a todos.

Att,
Francisco Verissimo de Sousa Neto, criador-administrador do Fatos de Caraúbas, integrado ao Portal Fatos do RN.

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